A Luta por uma Política Municipal para a EJA em Natal: novo episódio
A audiência foi aberta pela Promotora que cedeu um tempo para a representação do Moviment
o e da secretaria se pronunciarem acerca das questões que mobilizaram aquela reunião.
Da parte da representação do Movimento apresentou-se os dados referentes à contínua queda nas taxas de matrícula e número de turmas de EJA, na rede pública municipal de Natal, enfatizando-se o quanto isso anualmente tem gerado tensões entre os profissionais atuantes na modalidade, na medida em que todo início de período letivo a questão da abertura ou fechamento de turmas de EJA torna-se pauta de reuniões entre a gestão e as direções de escolas. Além disso, as condições estruturais para o atendimento da demanda dos sujeitos da EJA, bem como as ações isoladas e esparsas, reforçam a necessidade de a Secretaria ter uma política municipal de educação para pessoas jovens e adultas com metas e estratégias que deem conta dos desafios expostos na Carta de Recomendação aprovada na Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Câmara de Vereadores de Natal em abril passado, cujo conteúdo é de conhecimento público e aponta para:
(a) a suspensão do requisito de número mínimo para formação de turmas de EJA no município de Natal;
(b) a expansão da oferta de vagas de EJA com base em uma agenda territorial de desenvolvimento integrado de alfabetização e educação de jovens e adultos, pactuadas com a Secretaria Estadual de Educação e Cultura
(c) uma política de formação continuada que implique em projetos de melhorias na modalidade, com a criação de cursos de especialização lato sensu em parceria com as universidades públicas sediadas na cidade do Natal;
(d) a abertura de uma agenda conjunta de construção de uma política municipal de EJA para a cidade, que implemente mecanismos que assegurem a permanência dos sujeitos no processo escolar, envolvendo: a diversidade da oferta e a flexibilidade de tempos e currículos, conforme às suas condições de vida e trabalho
(e) a construção de uma política de arregimentação de profissionais que valorize a identidade com a EJA;
(f) a reformulação do currículo da EJA; e
(g) a articulação de ações de promoção de inserção qualificada dos estudantes no mundo do trabalho e de valorização da arte e da cultura.
Como resultado da discussão em torno das questões apontadas e das respostas apresentadas pela secretaria, ficou acordado a constituição de um Grupo de Trabalho composto por representações institucionais da gestão municipal e de profissionais atuantes na EJA, cujo objetivo é desenvolver uma agenda de atividades com vistas à confecção de uma política municipal para a EJA em Natal, envolvendo múltiplos atores institucionais comprometidos com essa questão.
Muito trabalho no horizonte do(a)s que lutam pelo direito à EJA como parte fundamental da luta pela educação como direito de todas as pessoas.
Quanto ao Grupo de Luta pela Permanência da EJA em Natal, cabe a responsabilidade de se reunir para organizar sua participação nesse espaço e nesse processo. O Projeto EJA em Movimento põe-se à disposição do grupo para essa nova etapa do enfrentamento que temos travado desde março.
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