Primeira reunião do Grupo EJA em Movimento pós-III Encontro aprofunda questões relativas aos sujeitos da EJA

Dia 13 de novembro, tivemos mais uma reunião do Grupo EJA em Movimento, na sala Multimeios 2, no Centro de Educação, da UFRN. A primeira após nosso exitoso III Encontro de Educação de Jovens e Adultos, que prazeirosamente nos consumiu entre os dias 25 e 27 de outubro.
Com a presença de três novos colegas de municípios do entorno de Natal, nossa pauta se restringiu à discussão do capítulo 5 do livro "Imagens Quebradas", do prof. Miguel Arroyo (UFMG).
Na oportunidade, além da discussão do conteúdo do capítulo, e em diálogo direto com ele, tivemos a oportunidade de ouvir um relato de experiência da profa. Jéssica Lira, a qual ao mesmo tempo em que pontuava questões relacionadas ao texto em discussão, nos trouxe detalhes de sua primeira vivência (ainda como estudante em formação, no PIBID) junto a uma turma de EJA, na qual ela conseguiu transformar um ambiente de medo e intimidação em espaço de diálogo e proximidades, a partir de sua persistência em buscar a interlocução com os estudantes, ainda que entre eles existisse desconfiança, desesperança e clara animosidade perante todos os profissionais que haviam tentado trabalhar com a turma.
No seu relato ficou evidente que ao invés de ignorar ou repulsar as manifestações mais violentas dos contextos concretos de vida dos estudantes, de tudo o que ocorre fora da escola e que nela entra sem pedir licença, a então estudante se dispôs a encara-las buscando entender as trajetórias humanas daqueles sujeitos. Trajetórias atravessadas pelas destruições cotidianas da dignidade dos sujeitos, que as estruturas de desigualdade forjadas pela nossa sociedade forjam e que - como diz o próprio Arroyo - essa mesma sociedade, depois, espera deles, das escolas e dos professores, o milagre de que eles acreditem em futuro melhor, que se esforcem e amem o estudo, o conhecimento e os valores que a própria sociedade nega.
Em meio à discussão da experiência da profa. Jéssica ficou o estímulo para que ela escreva sobre essa vivência e socialize já que, diante da facilidade com que tantas experiências negativas são viralizadas pelos canais virtuais, precisamos, também, sozializar aquelas que revelam o quanto é possível estabelecermos laços de respeito, afetividade e comprometimento entre professores e estudantes, a despeito da violência e da precarização das relações sociais que assistimos.
Ao final de nossa discussão, marcamos novo encontro, para o próximo dia 11 de dezembro, às 14h30min, no Centro de Educação, oportunidade em que faremos uma avaliação das atividades deste ano e deveremos planejar as atividades do próximo ano. Para isso, esperamos contar com a participação de todas, inclusive trazendo propostas e expectativas para o próximo ano (além de alguma comidinha ou bebidinha - sem álcool, é claro - para fazermos uma rápida confraternização...rs).

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